Marcha-muito

Espécie estranha de animal da Via Láctea, originária do planeta Last Hope. Um ser não humano que chegara ao planeta na época inicial da navegação espacial dera a esses monstros o nome de marcha-muito. A guarnição da antiga base plofosense adotara esse nome estranho, mas adequando.

Aspecto, Fisiologia e Comportamento

Única espécie de animal de grande porte do planeta infernal. Um monstro de corpo triangular, com o formato rombudo, com cerca de 100 metros de altura e uma cauda de 640 metros de altura que se estende que nem uma antena, um rabo de espinhos ardentes. Ele usa a cauda-antena para retirar energias do sol Bolo, percorre a paisagem traiçoeira com suas 36 pernas em forma de coluna. Toda vez que toca o chão com um dos 36 pés gigantes há um abalo que produz um ruído forte como o rufar de tambores. Pode correr com velocidade de 80 km/h. Suas costas são acidentadas e rochosas, apresentando uma superfície escabrosa que nem a paisagem de Last Hope. Um ser não humano que chegara ao planeta na época inicial da navegação espacial dera a esses monstros o nome de marcha-muito. A guarnição da antiga base plofosense adotara este nome estranho, mas adequando. Mais tarde houve interesse em estudar os hábitos desses animais — se é que realmente eram animais. Não se conseguira descobrir quase nada sobre seu organismo inacreditável. A única coisa que se sabia era que o marcha-muito nunca ingeria qualquer alimento. Vivia da energia solar em sua forma pura, captada diretamente com sua cauda receptora. Ao que parecia, era este o motivo por que os monstros se esforçavam durante toda a vida para nunca entrar em contato com a face noturna do planeta. Para evitar que isso acontecesse, marchavam ininterruptamente para o oeste, a fim de compensar o movimento de rotação do planeta. Marchavam depressa, mas não bastante depressa para neutralizar inteiramente a velocidade de rotação daquele mundo incandescente. Por isso sempre chegava a hora em que os marcha-muito caíam no frio da face noturna, onde seu corpo endurecia depois de alguns minutos. Mas assim que o movimento de rotação os mergulhava novamente na luz do sol, pareciam despertar de uma hibernação e logo reiniciavam sua marcha para o oeste. O marcha-muito não parecia conhecer outras tarefas. O instinto o impelia para frente, fazia com que seus passos retumbassem pelos desertos e pelas montanhas, e o levava a manter sempre a mesma rota. Um monstro desse tipo nunca se enganava na trajetória. Nunca se encontrava com outro indivíduo da mesma espécie, pois a distância entre a rota de um e outro era de pelo menos algumas centenas de quilômetros. Surdo e possesso, insensível e esmagando tudo que se encontrava à sua frente, corria para o oeste. Nunca seria capaz de compreender que não conseguiria emparelhar-se com o sol. Simplesmente corria. São ovíparos.

História

No ano 3441, a terrana Irmina Kotschistowa se escondeu por vários meses nas costas de um macha-muito de terranos imunes rebeldes e imbecilizados. Durante o domínio do Concílio sobre a Galáxia, a tripulação terrana de Last Hope se escondeu no marcha-muito “artificial” Judith. Era um projeto de pesquisa antropológico-xenobiológico com a utilização secundária pela Frota Solar. Para isso, a carapaça de um animal morto foi retirada e transformada em um robô gigante, que tinha os mesmos padrões de comportamento que o verdadeiro marcha-muito. Essa equipe sofreu um destino trágico. Judith então correu de forma totalmente automática pelo planeta até que Atlan o ocupou no ano 3580 com uma equipe para roubar os planos de construção de um comunicador dakkar dos lares. Assim, o robô foi destruído.