Cranschto

Local citadino. Era a capital do planeta Zannack situada no continente Alogar. Era muito fácil desaparecer nessa cidade. Em maio do ano 3460, era uma frenética cidade de trinta milhões de habitantes. Era totalmente impossível querer achar alguém, era como procurar uma pena num salão de tosa. Cranschto era um parque de diversões a qualquer hora do dia ou da noite. Tumultos nas ruas, frenesi nas praças, caos por toda parte – acima e abaixo da superfície do planeta. Cranschto era a caldeira de Zannack, a pulsação da vida, um antro de pecados; possuía a mais alta taxa de mortalidade, a mais alta taxa de natalidade; era o mais execrável depósito de lixo de todo o planeta. E, contudo, era a pérola de Zannack. Quem vivia ali não podia deixar de sentir uma espécie de amor-e-ódio pela cidade. Seus habitantes abominavam as vielas fundas e cinzentas, os sujos bunkers subterrâneos, o fedor, as prisões de plástico em que moravam – mas eles amavam a vida ali como em nenhum outro lugar. Eles se apegavam com uma avidez quase antinatural a essa vida deplorável, pela qual era preciso lutar a cada dia.