Anões azuis

Povo não humano, uma raça inteligente que habitava Fera Cinzenta, o sétimo planeta do sistema Myrtha, situado na Via Láctea.

Descrição Física e Fisiologia


Eram criaturas estranhas, mas pacíficas, em forma de pano de cor azul. Daí a razão desse nome. Eram uma forma de vida, e uma forma de vida que dificilmente poderia ser mais estranha. Entretanto, não havia a menor dúvida de que se tratava de seres inteligentes. Não havia qualquer estrutura orgânica, muito menos tinham membros ou qualquer coisa que pudesse ser comparada com braços ou pernas. Ao que parecia, os corpos eram formados de uma massa homogênea. E o formato era variável e irregular; eram elásticos. Nenhum dos seres estranhos se parecia com o outro, e nenhum deles apresentava uma forma fixa. Tudo parecia fluir e deslizar: tanto os corpos como as formas e as cores. Era um espetáculo irritante e fascinante ao mesmo tempo. Não eram apenas muito estranhas; com os dons extraordinários de que dispunham, cada criatura dessas era muito superior ao homem. Os anões azuis viviam aproximadamente 230 anos.

Paracapacidade


São dotados de extraordinárias forças paramecânicas e parapsíquicas e podem irradiar campos energéticos. Seus dons telecinéticos só podiam ser utilizados se um número considerável desses seres se reunisse. Um anão sozinho mal conseguiria levantar uma pedrinha. Por isso, descobriram há muito que só uma união estreita representava um estilo de vida adequado e conveniente. Portanto, formavam um clã estreitamente ligado, em cujo seio nunca havia conflitos. Era claro que tal fato exercera certa influência sobre suas maneiras de pensar. Assim, a ideia de que alguém pudesse ter medo de outro indivíduo da mesma espécie era-lhes completamente estranha. Além disso, são também telepatas. Para eles, o sono e a renovação de forças ligada ao mesmo representavam um verdadeiro culto praticado à bem da comunidade. O costume de dormir regularmente só era abandonado quando surgia algo de importância extrema.

Comunicação


Os anões comunicavam-se de três maneiras distintas: pela telepatia, pela mudança de cor e pelo chiado. Cada uma dessas maneiras preenchia uma finalidade própria. A telepatia era a forma usual de comunicação, da mesma forma que a linguagem falada é o meio de comunicação dos terranos. O jogo de cores exprimia uma espécie de valorização que o transmissor da comunicação atribuía à sua mensagem. Se, por exemplo, alguém comunicasse por via telepática que a mata era grande, essa comunicação era acompanhada de certa coloração do corpo de quem a transmitia, a fim de anunciar a opinião individual do mesmo. Se o fato de que a mata era grande lhe agradava, seu corpo brilhava num azul-turquesa; se lhe desagradava, assumia uma coloração violeta. Se o fato não lhe causava nenhuma impressão, seu corpo continuava com a coloração azul de sempre. Já o chiado tinha por fim indicar a importância que o indivíduo dava a sua mensagem. Conforme o grau de importância que o mesmo atribuía à comunicação de que a mata era grande, emitia um chiado forte ou fraco, ou nenhum. Era esta a exteriorização da linguagem dos azuis. Uma coisa era certa: se os humanos não conseguissem criar faculdades telepáticas num indivíduo de sua espécie ou ensinar a escrita aos anões, a comunicação sempre seria incompleta. Tudo que os anões quisessem comunicar aos humanos teria de ficar restrito a mensagens fragmentárias sobre assuntos facilmente compreensíveis. No entanto, os azuis sabiam identificar os pensamentos dos humanos. Era bem verdade que mesmo essa identificação tinha seus limites. A lógica humana era estranha aos anões, e era evidente que só sabiam interpretar os pensamentos que correspondiam à sua lógica. Os outros pensamentos não estavam ao alcance de seu entendimento. Assim, por exemplo, a ideia de que um homem tem medo de outro lhes era incompreensível, da mesma forma que uma explicação lógica do jogo de cores de seus corpos reluzentes estava fora do alcance do entendimento dos humanos. Era bem verdade que o motivo disso residia antes na diferença dos estilos de vida que na discrepância das estruturas lógicas das duas espécies. Face às enormes dificuldades de comunicação entre os humanos e os anões, essas deduções representavam muita coisa. Cada detalhe que se conseguira descobrir confirmava a existência de um enorme abismo que se abria entre as duas espécies, tornando evidente que haveria necessidade de uma paciência infinita para aproximá-las. Por fim, revelava a imensa variedade de formas de vida que o Criador pôs no mundo.

Tecnologia


A tecnologia dos anões desenvolveu-se com base nos seus dons telecinéticos. A lei da alavanca, por exemplo, ainda não chegara a ser descoberta. Sempre que tinham de levantar um objeto pesado, os azuis recorriam à capacidade telecinética de seus corpos e criavam um campo gravitacional. Face a isso, as máquinas e os aparelhos propriamente ditos eram raros e primitivos. Os anões viam-se praticamente impotentes quando surgia algum problema técnico que não pudesse ser resolvido com os meios telecinéticos. Eles confiavam, principalmente, em tecnologia terrana, para a qual eles somaram os próprios esforços científicos: todas as naves eram modelos do Império Solar modificadas, e apenas algumas delas foram modificadas para serem tripuladas por membros dessa espécie (geralmente, as tripulações são formadas por outros seres). Devido ao fato de se comunicarem principalmente através da telepatia, eles frequentemente necessitavam de um outro telepata (humanoide ou não) para atuar como canal para eles. Quando isto não é prático (ou disponível) eles podem usar tradutores eletromagnéticos que trabalhava bem para seus interlocutores, mas se assemelhava a braile para eles. Uma versão muito mais cara deste dispositivo usava o transmissor de imagens dos arcônidas como um tradutor telepático. Não é tão fidedigno quanto o tradutor eletromagnético, mas, era muito mais fácil para os anões usarem.

História


Foram encontrados pela primeira vez no ano 2042, pelos colonos de Fera Cinzenta (os oito mil exilados políticos). Esse clã, que habitava o subsolo de uma colina próxima de Greenwich, contava cerca de mil membros. Provavelmente eram os únicos indivíduos de sua espécie no planeta Fera Cinzenta. Nunca tiveram intenções hostis para com os humanos. Quando Horace O. Mullon foi assassinado, acorreram espontaneamente e milagrosamente o reviveram. Infelizmente, não houve tempo para um período de investigação longo. Cientistas terranos descobriram que o universo dos druufs cruzaria o espaço einsteiniano perto daquele mundo. Porém, sabendo que o planeta poderia não sobreviver à batalha vindoura, quase todos os anões foram evacuados. Ajudados por um grande contingente de telepatas do Exército de Mutantes, os anões foram instalados em outro mundo e, ali, estudados mais cuidadosamente. Pelos telepatas foi conhecido (e confirmado através de análises de bioquímica), que suas lendas diziam que eles não eram nativos de Fera Cinzenta. De acordo com suas lendas, seus antepassados fugiram de uma raça má e chegaram a Fera Cinzenta por um anel de luz. Desde então, os anões perderam seu conhecimento tecnológico, e passaram a viver em sofisticados sistemas de cavernas construídos telecineticamente. Entretanto, ainda retiveram bastante tecnologia para saber construir lâmpadas elétricas e bombas de água para suas cavernas. Uma hipótese é de que eles tenham vindo do universo dos druufs durante o último período de superposição, há uns 10.000 anos. Certamente, a descrição que eles retêm da raça “má” poderia ajustar-se aos druufs, mas não há nada que pode ser usado para confirmar a conexão. Ao longo do tempo, os anões puderam ser achados no Império Solar. As suas habilidades de microtelecinese tiveram muita demanda, com um preço de mercado mais que generoso. Com um pouco de equipamento especial, muitos deles puderam frequentar universidades do Império Solar. Embora levem frequentemente o dobro do tempo para se formar, se comparados com a maioria dos humanoides (hipnotreinamentos arcônidas são pouco efetivos neles), tiveram alguns artistas e cientistas verdadeiramente notáveis (por exemplo, é amplamente reconhecido que o dr. Ronnel 23, um hiperfísico anão, teve importância crucial, ajudando o dr. Arno Kalup, a desenvolver o propulsor kalup, usado por muito tempo nas naves terranas). De maneira interessante, apesar da falta de swoons telepatas, os swoons em Marte e os anões colaboraram de forma marcante, capazes de produzirem dispositivos tecnológicos de miniaturização espantosos e complexos. Apesar do fato que sua microtelecinese não se presta para fábricas de produção em massa, eles, e investigadores que trabalhavam com eles, revolucionaram o campo de materiais fabricados em microgravidade.


 

Créditos: 

Fontes


  • PR62, PR66, PR79.
  • Volume de Prata nº 9.
  • Internet: Informações extraídas em parte do site Perrypedia (www.perrypedia.proc.org). This article uses material from the Perrypedia article “Blaue Zwerge”, which is released under the GNU Free Documentation License 1.2. Informações extraídas em parte do site Perry Rhodan und Atlan Materiequelle (www.pr-materiequelle.de). Informações extraídas em parte do site Crest-Datei (www.crest-datei.de). Direitos das traduções: SSPG Editora, 2022.
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