Crest III

Espaçonave terrana do tipo ultracouraçado da classe Galáxia e nave capitânia da Frota Solar, em substituição a nave Crest II. Foi o primeiro exemplar dessa classe.

Dados Gerais


A Crest III possuía três conversores kalup numa nova versão compacta. Cada um deles era capaz de transportar a nave através do espaço linear a uma velocidade milhões de vezes superior à da luz. O alcance era de 400.000 anos-luz por unidade, o que representava 1,2 milhão de anos-luz no total. O diâmetro da nave era de 2,5 km, mil metros mais que nas naves da classe Império. A largura da protuberância equatorial, onde ficam os propulsores, era de cerca de 350 m, e sua altura era a mesma. Cada propulsor tinha 34 m de diâmetro. A nave possuía vinte e quatro colunas de sustentação, e área das placas de apoio chegava a 60.000 m². Estava equipada com vinte sistemas de propulsão normais cuja capacidade de empuxo era cerca de quarenta vezes maior que a das naves da classe Império. Também se tratava de versões compactas, que não exigiam muito mais lugar que as máquinas instaladas naquela classe, era uma coisa formidável. Aproveitou-se um arsenal de experiências de cem anos. Havia doze centros geradores de grande porte para abastecer os maquinismos normais. Apesar da massa enorme, a aceleração chegava a 650 km/s², o que quase equivalia ao nível atingido pelos cruzadores. A nave possuía um campo defensivo de quatro estágios, sendo três normais, enquanto o quarto era uma versão hiperenergética que atua no semiespaço, segundo o modelo dos maahks. Era teoricamente inexpugnável e não poderia ser atravessado pelos lendários canhões conversores dos maahks, já que funcionava na mesma base energética. No fundo, a Crest III era um corpo gigantesco, dividido em compartimentos hermeticamente fechados. Os salões mais gigantescos ficavam embaixo do convés equatorial. Era onde tinham sido instalados os gigantescos reatores das doze usinas de energia, além dos três kalups. A eclusa polar inferior ficava a 1.250 m do corpo da nave. Um pedestre levaria de 15 a 20 minutos para chegar embaixo da protuberância equatorial com os propulsores, que ficava a cerca de 1.100 m de altura. Haviam sido instalados poços antigravitacionais de tipo especial, que levavam das eclusas de manutenção até as salas dos conversores da nave. A troca dos conjuntos propulsores tinha deixado de ser um problema. Já não era necessário ir a um estaleiro para desmontar os conversores gastos e retirá-los da sala de máquinas da nave. Na Crest III a desmontagem era feita numa única peça. O custo desta nave construída em série chegou a 400 bilhões de solares. Rhodan era de opinião que a existência da Humanidade, o bem-estar e a expansão dela pela Galáxia justificava qualquer dispêndio. Foi esse basicamente o motivo do lançamento da Crest III.

A fuselagem

A blindagem de terconite era muito resistente e tinha sido disposta em forma de favos. A Crest III possuía dois hangares externos em forma de círculo ou tubo, um acima e outro abaixo da protuberância com os propulsores. Desta forma os hangares não ocupavam lugar no interior da nave. Havia duas corvetas em cada hangar. Os hangares eram separados por paredes hermeticamente fechadas, dotadas de eclusas de ar. Estes também serviam como eclusas de grandes dimensões. Desta forma o ultracouraçado era também um porta-naves, sem que isso afetasse o poder de fogo do supergigante. Se a Crest III abrisse fogo e fizesse sair as unidades embarcadas, grandes sistemas solares explodiriam. Não havia nenhuma unidade de combate capaz de resistir ao ultragigante por dez segundos que fosse.

A sala de comando

Tratava-se do centro nervoso da nave, onde só havia lugar para especialistas de primeira categoria. A guarnição era formada principalmente por oficiais da equipe científica, cosmonautas e suboficiais. A galeria panorâmica formada pelas telas frontais semicirculares, que abrangiam um ângulo de 180°, era bem maior que a das naves da classe Império. As telas de imagem desciam até as plataformas de controle superiores e podiam ser vistas perfeitamente de qualquer ponto da sala de comando. Além disso, havia cerca de 400 telas menores, destinadas às transmissões vindas das numerosas divisões técnicas e do centro de comando de tiro, todas dispostas de uma maneira racional. A sala de comando cosmonáutico, bem maior que as salas de comando dos supercouraçados, era um recinto esférico, possuía uma forte blindagem e ficava exatamente no centro da nave. Já houvera milhares de catástrofes nas guerras espaciais terranas, durante as quais grandes espaçonaves se transformaram em montões de destroços fumegantes, mas eram raros os casos em que o inimigo conseguiu destruir as salas de comando hermeticamente fechadas, que abrigavam os principais controles. O envoltório esférico da sala de comando do ultracouraçado Crest III possuía alguns dispositivos novos. Se houvesse uma explosão ou se a nave fosse parcialmente destruída, era altamente provável que a sala de comando, que era uma nave dentro da nave, pudesse ser transformada num barco espacial fortemente blindado, capaz de escapar do inferno com suas próprias forças. Era apenas uma das inovações criadas nos centros de projetos da Lua terrana. A disposição dos controles era mais fácil de compreender. As principais salas de comando secundárias ficavam em recintos contíguos. Havia um sistema de minitransmissores, para atender a emergências graves. Podiam ser usados se a nave sofresse um impacto que inutilizasse as outras vias de comunicação.

Sala de oficiais

Tratava-se de um recinto sem muito conforto, situada num convés abaixo da sala de comando. Na cantina, as máquinas de fornecimento de comida tinham desaparecido. Um sistema de distribuição automático fazia sair os alimentos diretamente das colunas ocas em que se apoiavam as mesas, colocando-os no lugar de cada um. Essa nave gigantesca oferecia muitas distrações aos seus tripulantes, mesmo em estado de alarme parcial.

Tripulação total


Era de 5 mil homens e mulheres. A tripulação da nave Crest II também foi transferida para a Crest III, ficando incumbida do treinamento dos outros tripulantes. Dessa forma, os 5 mil tripulantes da nave capitânea da Frota se transformou bem mais depressa numa equipe bem entrosada do que costumava acontecer nas naves recém-construídas. Três mil pertenciam à guarnição básica, enquanto 2 mil ocupariam as corvetas e os mosquitos. Os cinco mil tripulantes viviam e trabalhavam num verdadeiro labirinto técnico. A equipe técnico-científica não era muito numerosa. Consistia em cerca de 200 homens. Seus membros mantinham um contato mais estreito que os outros tripulantes da nave. Eram reconhecidos por braçadeiras vermelhas. Já os logísticos eram assinalados por braçadeiras amarelas. O comandante era o coronel Cart Rudo, que já tinha comprovado sua competência como comandante do supercouraçado Crest II.

Veículos embarcados


  • 50 corvetas e 500 jatos-mosquito; entre eles as naves auxiliares: CC-1, CC-15, CC-41, CC-50, CC-88, MC-155 (MJ-C 155), MJ-C 23/Kildering, P-211, 1ª Flotilha de Corvetas (CC-1-10), 5ª Flotilha de Corvetas (CC-41-50).

Armamentos


Os armamentos, em princípio, dispunham de suas próprias fontes de suprimento, independentes das outras fontes de energia. Consistia basicamente de 60 canhões conversores de grosso calibre. O poder de fogo era de mil gigatoneladas por canhão. Além disso, a nave dispunha de todas as formas de armas energéticas convencionais.

História


Em janeiro do ano 2404, ela entrou em operação, iniciando a sexta época da História da nova Humanidade, a partir do ano de 1971. Pouco depois a nave entrou no campo de ação de uma máquina do tempo e foi arremessada para um passado de cerca de cinquenta mil anos, onde se encontrou com os antepassados dos terranos, os lemurenses.

Curiosidade


Cart Rudo dava muitos apelidos carinhosos para a nave gigantesca. A “Gorda” era apenas um deles. Alguns cosmonautas juravam que ele se sentia tão ligado à sua nave, que até dormia na sua cadeira de comandante.


 

Créditos: 

Fontes


  • PR250, PR253, PR279-PR299.
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