Multiciborgue

Povo formado por indivíduos artificiais. Também são designados curtamente como mucis. Tratava-se de formas de vida criadas sinteticamente pelos bio-engenheiros do Novo Império Einsteiniano (NIE), que inicialmente foram concebidas como uma espécie de robô biológico (androide), mas tornaram-se cada vez mais naturais no decurso do seu desenvolvimento.

Descrição Física


Como eram criaturas artificiais, podiam receber qualquer forma preferida, como, por exemplo, a de um superpesado. Em massa, no entanto, eles foram criados com a forma de um terrano, uma vez que foram usados na nebulosa enevoada de Yolschor como uma manobra de distração e ali eles tinham que representar gaianos. Mesmo assim, eles eram seres humanos, apesar de sua produção assexuada.

Possibilidades de desenvolvimento e aplicação


Os mucis

Os primeiros mucis eram apenas parcialmente ciborgues no verdadeiro sentido, uma vez que eram criaturas mistas de tecido criado artificialmente e - dependendo da área de aplicação desejada - aditivos técnicos de várias formas. Como base do tecido celular, e assim toda a aparência, foi usado material genético de vários povos galácticos. Acima de tudo, a criação de um sistema nervoso central sintético causou problemas, razão pela qual os cérebros dos multiciborgues geralmente eram suplementados por micropositrônicas siganeses. Os corpos dos mucis acabados eram muito mais resistentes do que o de outros seres vivos. Além de Atlan, Julian Tifflor também foi um dos mais fortes defensores e apoiadores do projeto. Mucis eram incapazes de se reproduzir e também não tinham instinto reprodutivo. Eles eram, no entanto, muito mais duráveis do que os seus criadores. No âmbito do Plano de Oitocentos Anos de Atlan da Gonozal, os multiciborgues foram usados para se infiltrar em mundos ocupados por lares e superpesados e, acima de tudo, colonizar secretamente mundos até então desabitados. Para evitar o desmascaramento, os aditivos técnicos foram cada vez mais dispensados. Em vez de micropositrônicas, os cérebros foram construídos a partir de plasma celular vivo do Mundo dos Cem Sóis e das partes do cérebro de falecidos. Embora os mucis fossem criaturas artificiais, os cientistas gaianos atribuíam grande importância ao fato de que os ciborgues não eram vistos como estranhos ou monstros. Infelizmente, não foi possível evitar que algumas pessoas (especialmente os seguidores de Vhrato) as rejeitassem completamente. Assim, os mucis desenvolveram complexos de inferioridade que acabaram levando à violência evidente.

Os subcis

Na manobra de distração para manter em segredo a conferência dos galácticos, 900.000 subcis criados especialmente para esse propósito, sob o disfarce de terranos extras, foram levados para a ação. Além disso, havia outros 3.000 subcis com a forma de espécies extraterrestres. Subcis são menos inteligentes do que os multiciborgues porque são destinados apenas para tarefas fixas e agem estritamente de acordo com a programação. Eles não têm nenhum instinto de autopreservação e, portanto, executam comandos que podem levar à sua morte. Dependendo do conteúdo de oxigênio, a cor do seu sangue é diferente. Passa de vermelho quando o sangue é rico em oxigênio, através de amarelo a quase branco em sangue com baixo teor de oxigênio.

Nota: Se a peculiaridade da coloração de sangue também se aplica aos multiciborgues, não é conhecido.

Possibilidades de aplicações médicas

O maahk Grek-24 foi curado de uma doença incurável por um corpo baseado em um multiciborgue. Para isso, apenas seu cérebro foi transplantado para um multiciborgue na forma de um maahk.

Servindo como portadores dos Antigos Mutantes

Por implantes de blocos ou (mais tarde) injeções de metal TEP líquido, os multiciborgues também foram capazes de servir como portadores do conteúdo de consciência dos Antigos Mutantes.

Multiciborgues conhecidos


  • Arak Ohan, Beltin, Carmo Teggin, Epdon Link, Ernath, Ertyn Grammlond, Geddon Wift, Helium, Helroth Amber, Taasen Clarke, Ertyn Grammlond, Helium, Hydrogen, Tennyson Imps, Zettlon Meisker, Meson, Neutron, Oxygen, Plumbum, Joosen Shen, Herthor Smolk, Geddon Wift, Xenon, Zettlon Meisker.

História


Um dos objetivos de Atlan era utilizar comandos de multiciborgues que deveriam pré-colonizar um certo número de mundos livres, para posteriormente serem povoados pelos colonos do NIE. O Novo Império Einsteiniano necessitava de uma grande quantidade de gente. Para a realização dos planos que o Pretendente havia moldado, necessitava-se de verdadeiros exércitos. O programa Muci, portanto, tinha uma razão de ser inteiramente autêntica e lógica. Mesmo assim, houve alguns cientistas com inclinações filosóficas que já no início do projeto Muci alertaram quanto a um certo perigo.

As primeiras experiências

As primeiras tentativas de criar os multiciborgues foram iniciadas por Atlan cerca do ano 3560. Nunca um produto da biotecnologia terrana foi tão controverso quanto o do multiciborgue, o androide gerado artificialmente e que se desenvolve até um ser. E só após uma longa e detalhada observação desse ser é que se consegue diferenciá-lo de um ser humano. As reflexões são evidentes. Há muito tempo já, o homem considera a si mesmo como o ápice da criação. Mas a cópia de si mesmo, o homem ainda não consegue tolerar, como acontecia em tempos passados sombrios, quando acreditava ser o único clímax do Universo. As considerações, portanto, são alógicas, transcendentais e talvez, até, de cunho moral. E as coisas não foram diferentes quando se começou a desenvolver os multiciborgues. No ano 3564, 900 mucis foram levados pela primeira vez para o planeta Wonderfalg para fins de julgamento, onde eles deveriam fundar uma colônia. Em Sol-Town, foi construído um centro de pesquisa, cujo diretor era o prof. Arnok Kamma, no qual os mucis deveriam ser criados e, acima de tudo, treinados. Sua crescente demanda por células cerebrais humanas levou em Gaia a reavivar o negócio de doação de órgãos, que era controlado pelo Banco de Transplantes local. Um dos doadores proeminentes, por exemplo, foi Rei Carlos. Em agosto do ano 3580, três mucis (Vross Barratill, Ertyn Grammlond e Kertan Tigentor) como portadores de Antigos Mutantes (correspondendo a Wuriu Sengu, Betty Toufry e Tako Kakuta), foram enviados para o Sistema Solar, onde eles deveriam procurar por Ronald Tekener. No entanto, Kakuta achava que a missão era prematura. No caminho para Marte, Saturno e Titã, eles ainda puderam cumprir a sua missão. Exceto por Grammlond, eles voltaram em segurança para Gaia. Nessa época, Atlan ordenou uma intensificação das missões com mucis e preparou com a sua ajuda a colonização de mundos até então desabitados da Via Láctea. Assim, em novembro do ano 3580, o experimento de Wonderfalg foi concluído e avaliado. Embora os mucis locais não tivessem feito seu trabalho como esperado, o experimento foi considerado um sucesso por Atlan, que liberou os ciborgues como “provados com limitações” para novas missões. O dr. Huan, no entanto, advertiu enfaticamente o Pretendente a não ser confiante demais nos mucis.

O Pseudo-NIE

Uma das maiores colônias dos seres artificiais, em torno do ano 3580, foi na nebulosa enevoada de Yolschor, a base principal do NIE fora do Punho de Provcon. Esse Pseudo-NIE na nebulosa de Yolshor também serviu como um alvo de distração para os lares evitarem a descoberta do Punho de Provcon.

O fim dos mucis

A negligência criminosa das questões éticas na criação desses seres artificias se vingou quando eles desenvolveram uma consciência própria no ano 3581, no decorrer da chamada explosão emocional. Desde que começaram a se perceber como indivíduos independentes, mas não receberam nenhum direito no NIE, eles finalmente se afastaram de seus criadores. O primeiro muci conhecido, que se considerava um ser humano e nomeava a sua alma, era Herthor Smolk. Quando lhe foi negado seus direitos humanos, ele atirou em si mesmo diante dos olhos de Perry Rhodan. Os bilhões de multiciborgues de Yolschor recusaram-se a ser sacrificados pela Humanidade no caso de sua descoberta pelos ocupantes da Via Láctea, e em dezembro do ano 3581 pretendiam fundar um império estelar dos novos humanos, como se chamavam. Quando iniciaram as negociações com os lares, esses apenas fingiram uma aliança. O ataque de uma frota de 5.000 naves CEV na nebulosa enevoada de Yolschor desencadeou o colapso: os multiciborgues cometeram suicídio coletivo, pois se viram traídos por todos. Mesmo fora de Yolschor, a onda de suicídio atingiu todos os multiciborgues em apenas alguns dias, fazendo com que todo o projeto terminasse abruptamente e o NIE perdesse um de seus trunfos mais fortes.

Nota: É notável que mucis em particular, que cruzaram muitas vezes o manto do Punho de Provcon, foram os primeiros a se rebelar. Pode ter sido uma incompatibilidade do plasma celular dos pos-bis com o manto de poeira, que mais tarde se expressou também na reação do Plasma Central à Torrente Margor.

 


 

Créditos: 

Fontes


  • PR706, PR707, PR708, PR709, PR720, PR721, PR723, PR724, PR740, PR761, PR762, PR763.
  • Computer (edição impressa): PR762.
  • Glossário: AT0003.
  • Seção Glossário da edição digital da SSPG: volumes especificados no campo Glossários Veiculados.
  • Internet: Informações extraídas em parte do site Perrypedia (www.perrypedia.proc.org). This article uses material from the Perrypedia article “Multi-Cyborgs”, which is released under the GNU Free Documentation License 1.2. Informações extraídas em parte do site Perry Rhodan und Atlan Materiequelle (www.pr-materiequelle.de). Direitos das traduções: SSPG Editora, 2023.
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