Blues

Os soberanos do Eastside galáctico. Povo não humano. Nome genérico que se dá aos seres inteligentes não humanos, originários e habitantes do setor leste da Via Láctea. Os blues são o povo dominante do Eastside galáctico. O nome blues foi inventado pelos terranos e se espalhou desde então. A partir dos vermes do pavor, os blues também eram chamados de benévolos. Eles se denominam de juelziishs. Seu planeta natal é Gatas, um mundo de oxigênio quente e temperado.

Descrição Física e fisiologia


Os blues são humanoides. O seu corpo é coberto com uma penugem azul. É daí que deriva o nome “blues”. As descrições que simplificam o seu exterior, como “blues” ou “cabeças de prato” — que foram encontradas pelos terranos para os blues durante a guerra com esse povo — podem ser tidas como discriminatórias por algumas mentes. No entanto, esses termos ainda permanecem em uso devido à sua obviedade e agilidade. Enquanto o termo “blues” continua a servir como um nome de espécie, o termo “cabeças de prato” é usado, um tanto desdenhosamente, como uma designação de brincadeira. Um detalhe intrigante é a boca desdentada, que se encontra no lugar onde fica a laringe do ser humano. Com a língua grosseira, recoberta por uma córnea, apenas amolecem os alimentos, que são processados no estômago ruminante. Na cabeça em forma de prato, com cerca de 50 cm de diâmetro, só há os órgãos visuais e auditivos e o cérebro, de onde partem os feixes nervosos mais importantes, atingindo o corpo depois de atravessar o pescoço muito fino, em forma de mangueira, com 20 cm de comprimento. Possuem quatro olhos elipsoides, com pupilas alongadas semelhantes às de um gato, sendo dois na frente e dois atrás. O par de olhos traseiros fica na face mais estreita da cabeça. Opticamente, os blues são onímodos. As aberturas que conduzem aos órgãos auditivos são formações com aspecto de lamelas. Possuem mãos com sete dedos.

Reprodução

Após uma gravidez de três meses, as fêmeas do sexo feminino dão à luz seis a oito filhos para serem amamentados. Durante a gravidez, as mães produzem o hormônio B, que passam para seus embriões.

  • Nota: No episódio PR420, os blues são referidos como uma espécie que põe ovos, um erro do autor.

Características Psicológicas


São considerados pouco sensíveis. Além disso, não são capazes de demonstrar certas emoções através da expressão do rosto. Não possuem o dom de ter emoções fortes. Não apreciam a água. A superpopulação é um problema permanente, razão pela qual a taxa de mortalidade é, em parte, artificialmente aumentada — a morte em combate ou a morte livre são um remédio bem-vindo. Desde o século XXXVI, os blues usam o controle de natalidade para limitar suas altas taxas de fertilidade, ao invés de lutar uns contra os outros. Uma das características dos gatasenses constituía o seu nome tríplice.

Mistura multiétnica


Os povos blues se instalaram no Eastside da Via Láctea. O planeta original deles é Gatas, localizado no sistema estelar Verth. Os numericamente predominantes são os gatasenses, apasos e tentras. Os povos rivais se contavam aos milhares. Era sabido que os blues costumavam contratar povos auxiliares para trabalhar em suas naves. Por milênios, os gatasenses foram a nação dos blues mais poderosa. Ultimamente, no entanto, uma mudança de poder começou em direção aos apasos, aparentemente sem qualquer resistência dos gatasenses. Por causa do número de seus mundos, os arcônidas e os povos blues são concorrentes naturais pela supremacia na Via Láctea. A destruição do planeta Árcon III durante o ataque em grande escala dos gatasenses no ano 2329 é considerado uma vergonha histórica entre os arcônidas.

População

No ano 2327, era o povo que mais se multiplicava na Via Láctea. Depois de um período de maturação de apenas três meses, sete ou oito descendentes não eram nenhuma raridade. Por isso, não era de admirar que o mundo principal do Segundo Império possuísse 14 bilhões de habitantes, número que, apesar da emigração ininterrupta, não podia ser reduzido. Porém, o governo gatasense nem pensava em reduzi-lo; pelo contrário, estimulava a prole numerosa. Famílias com 30 ou 40 filhos eram bastante frequentes.

Povos descendentes conhecidos


  • Amesenses, apasos, Gaiyoek-Echtry, gatasenses, gornexenses, latosianos, pagers, tentras e tratzschonenses.

Sociedade


Forma de governo

O governo geralmente é chamado pelos blues de Comitê das Dezoito Precauções, muitas vezes chamado pelo nome da sede do governo de Bloco das Dezoito Precauções. As dezoito precauções são aproximadamente equivalentes a ministérios. Uma das onze prudências dizia respeito ao resguardo da propriedade material e espiritual do governo. O serviço secreto gatasense foi classificado como Décima Nona Prudência, na qual nenhum nativo de qualquer planeta secundário poderia colaborar. Era a prudência para a cooperação interestelar e a defesa do Império. Os especialistas, mestres e colaboradores dessa prudência eram todos nativos do planeta primário Gatas.

Bloco conhecido: Bloco da Décima Nona Prudência.

  • Nota: Em Gatas, há ou havia uma cidade chamada de Bloco da Quinta Vigilância. Se existe uma conexão com o órgão de governo, não é conhecido.

Idioma

Normalmente, os blues falam no campo do ultrassom.

Frases e provérbios conhecidos: Um nueifzueyrueoeh é (citação) “uma procura no oceano, longe de todas as ilhas”, aproximadamente equivalente ao provérbio terrano “procurar a agulha num palheiro”.

Calendário

Os blues usam um sistema de décimos e centésimos para o seu calendário (“décimo de lliit”, “décimos de dia”, “centésimos de dia”).

Tradições e costumes

Em uma derrota militar, os comandantes dos blues se comprometem a tirar a própria vida.

O sistema financeiro

No ano 2327, tanto em Apas como nos outros mundos, o sistema financeiro dos blues era bastante estranho. Evidentemente, se formara numa base totalmente diversa do sistema terrano. Seguia o princípio de “dê-me aquilo de que preciso, que eu pagarei assim que tiver os recursos necessários”. Houve períodos prolongados na história do mundo originário Gatas em que, por motivos ainda desconhecidos, o sistema do “compre agora e pague depois” era a mola propulsora de toda a economia. Esse princípio explicava a situação atual do sistema da moeda disponível e semidisponível dos blues. Eles usam tanto cédulas como moedas. As moedas consistem em peças gravadas, formadas por discos redondos de plástico com o valor impresso, e de tamanho variáveis, dividiam-se em amarelas, azuis e vermelhas. A rigor, só eram dinheiro as peças gravadas amarelas. Uma vez recebidas por alguém, podiam ser encaminhadas ao banco, que fornecia a quitação através de um crédito na conta corrente do depositante. Naturalmente, as moedas de plástico também podiam permanecer no bolso do dono pelo tempo desejado, ou utilizadas em pagamentos. Os espécimes azuis, de prazo médio, tinham certa semelhança com as letras de câmbio de prazo médio usadas no sistema monetário terrano. Eram numeradas, e a própria numeração fixava, mediante um sistema simples e bem estudado, a data em que podiam ser despendidas. Não que uma peça azul só pudesse ser usada em determinado dia - evidentemente, havia muitos dias em que isso era possível, mas, em relação a cada peça, esses dias ficavam tão distantes uns dos outros que o banco podia verificar imediatamente se o termo de pagamento já havia chegado. O prazo a ser observado entre o recebimento de uma peça azul e sua apresentação ao banco era de pelo menos 10 dias. Dessa forma, a pessoa obrigada ao pagamento tinha a possibilidade de fazer uma compra e reunir o respectivo numerário nos 10 dias seguintes para depositá-lo em sua conta. Os espécimes vermelhos, de longo prazo, representavam mais um passo no intercâmbio creditício para o pagamento em data remota. Essas peças só podiam ser resgatadas depois de 10 períodos de 10 dias. Geralmente, as peças gravadas vermelhas eram de elevado valor, de 500 unidades para cima. Os terranos sabiam que, se surgisse uma emergência, o sistema financeiro dos blues lhes traria dificuldades. Bastava dizer que era totalmente inapropriado para o intercâmbio comercial com os mundos não pertencentes aos blues.

Religião e mitologia


Criaturas mitológicas

Os blues conhecem um panteão comum, com uma variedade de criaturas, que são evocadas por eles em várias ocasiões. Essas criaturas coloridas desempenham um papel principalmente com os gatasenses e tentras. Os apasos têm uma mitologia diferente, que consideram mais sofisticada. Em seu mundo imaginário, poderes, forças, influências e ideias ocorrem e determinam a existência de seres de inteligência. Essas influências são personificadas pelos apasos para obter uma ideia pictórica deles. Qual o papel da chamada criatura primitiva nessa dança é desconhecido.

Criaturas conhecidas

  • Criatura alva da claridade, criatura amarela da inveja, criatura amarela da mentira, criatura azul da perfídia, criatura azul da insidiosidade, criatura branca da clareza, criatura branca da verdade, criatura cinzenta da dúvida, criatura escura do bom humor, criatura marrom das matas, criatura negra da cordialidade, criatura negra do espaço, criatura verde-manchada da vingança, criatura preta da sabedoria, criatura verde da fertilidade, criatura vermelha da pieguice, criatura vermelha do mar, criatura violeta da cautela, criaturas verdes da areia, criaturas vermelhas da floresta, criaturas violetas do céu.

Tecnologia


Espaçonaves

As espaçonaves dos blues são todas baseadas na forma de disco e têm bordas suaves e uma pintura exterior colorida. As maiores naves de guerra têm um comprimento de 1.000 metros e uma espessura de 430 metros. De todos os povos da Via Láctea, os blues têm a maior frota. Se os povos dos blues fizessem as pazes uns com os outros, eles poderiam facilmente liberar um milhão de naves de guerra.

Espaçonaves conhecidas

  • Hueinlaviz, Yrzyn Vzor.

Blues conhecidos


  • Alathuy, Czycznecz, Epethultik, Frontic, Geroz, Goelcziva, Grechk, Gyueh-Imr-Seterc (curto, Seterc), Haigra Whuy, Heph-Mall-Thou, Hukiioy Lueyi, Hurut Iirp, Iphuy Noor Laigoschlyii, Ipotheey, Irsiccirt, Iul-Theer-Hij, Iylczenc, Jagal Ueueryp-Guey, Luey Pioetah, Muehayul, Pakaluk, Renda Dork, Ypsedy, Yuepueytueh, Zody.

História


Na época do Segundo Império

Por volta do ano 7000 AC: Nessa época, as primeiras colônias foram fundadas a partir de Gatas em uma primeira onda de expansão, entre elas no planeta Apas, localizado no sistema estelar Pahl. Em uma segunda onda de dispersão, os blues construíram um império no Eastside comparável em tamanho ao Grande Império dos arcônidas, no quadrante noroeste da Via Láctea. Do ponto de vista da Aliança Galáctica, o império dos gatasenses mais tarde foi chamado de Segundo Império.

Por volta do ano 2000 AC: Por essa época, os gatasenses descobriram os vermes do pavor no planeta Tombstone. Os vermes do pavor conseguiram esconder sua inteligência, e os gatasenses começaram a trazer vermes do pavor velhos para pôr ovos em outros planetas. Lá, os gafanhotos córneos escorregavam e produziam o molkex, que novamente se transformava em vermes do pavor, que os gatasenses traziam de volta para Tombstone. No entanto, os gatasenses desviavam a metade do molkex, a fim de tornar suas espaçonaves invulneráveis. Com a expansão de sua área de poder, os gatasenses aniquilavam implacavelmente os povos estrangeiros. O domínio dos gatasenses baseava-se na invulnerabilidade de suas espaçonaves devido ao monopólio do molkex.

Por volta do ano de 1850: Os apasos conseguiram sequestrar alguns vermes do pavor e trazê-los para planetas fora do Segundo Império. Por meio de um enorme gerador de ondas de hiperchoque no planeta Eysal, a eclosão simultânea dos gafanhotos córneos deveria ser acionada.

Nos anos 2326 a 2328: Os terranos descobriram o Segundo Império. No entanto, o gerador de ondas de hiperchoque foi acionado de forma não planejada no ano 2326, quando Lemy Danger, um especialista da USO, inadvertidamente atingiu o ativador celular de Anne Sloane, que tinha sido roubado, com um feixe de energia, fazendo com que explodisse. Como resultado, ocorreu o confronto entre a Aliança Galáctica ou Império Unido e o império gatasense. No ano 2327, os terranos se encontraram diretamente com eles pela primeira vez em Eysal, sendo chamados de blues inicialmente pelo cientista terrano Ron “Paddie” Irish, por causa da pelugem azulada que cobre seus corpos, e resolveu-se ficar com esse nome.

O fim do Segundo Império

Através do desenvolvimento das bombas antimolkex pelo Império Unido, os gatasenses puderam ser derrotados e tiveram que assinar um tratado de paz no ano 2328. Os aconenses, cuja esfera de influência está mais próxima da esfera de influência gatasense, tentou encontrar um equilíbrio com os blues, entregando-lhes como compensação 100 mundos de oxigênio e, em seguida, deixaram a Aliança Galáctica. Os aconenses também destruíram Tombstone, o mundo natal dos vermes do pavor, em uma operação de comando. Em setembro do ano 2329, os blues receberam ajuda dos aconenses e puderam melhorar seu armamento. Dessa forma, puderam atacar o sistema estelar Árcon. O império dos gatasenses, tendo perdido 80% de sua frota nesse grande ataque ao planeta Árcon III, ajudado pelos aconenses, finalmente se desintegrou em milhares de reinos estelares independentes.

Por volta do ano 2400: Nessa época, eles haviam melhorado o armamento de suas naves. Ultimamente, tinham aparecido com modelos que só ficavam atrás das naves terranas no que diz respeito aos canhões conversores e à técnica de construção astronáutica mais avançada. Embora o Eastside fosse muito perigoso para os não blues, por causa dos piratas blues, os tefrodenses que escaparam de Andrômeda após o fim dos senhores da galáxia se estabeleceram no Eastside galáctico.

O fim das guerras fraticidas

Na época do domínio do Concílio: No ano 3459, houve a invasão dos lares na Via Láctea. O Eastside tinha permanecido paralisado por mais de mil anos pelas guerras fratricidas internas, alimentadas por armas aconenses, até que o Hetos ou Concílio dos Sete forçou uma paz galáctica a partir do ano 3460, e os povos blues finalmente encerraram sua longa guerra civil. No ano 3580, os blues se tornaram membros fundadores da COPOG, uma aliança galáctica contra o Concílio dos Sete. No início do ano 3582, eles prometeram seu apoio a Perry Rhodan, que pretendia acelerar consideravelmente a expulsão dos lares. Dessa forma, se opuseram aos planos originais do NIE. No ano 3587, as guerras fraticidas entre os blues eram uma coisa do passado. Os blues tentaram solucionar o problema da fertilidade excessiva com o método de controle de natalidade. Os povos dos blues viviam numa coexistência razoavelmente pacífica. A terrana Pamela Tissot estimou o número total de blues nesse momento em cerca de 95 bilhões e sua frota em 20.000 naves de combate. No entanto, ainda havia inimizades sutis. Assim, os apasos trabalhavam secretamente para recuperar sua supremacia perdida; no entanto, não podiam mais levar sua tecnologia ao nível dos gatasenses, que prevalecera desde então.

O aparecimento dos hamameschs

No ano 1217 NCG, quando uma caravana dos hamameschs, seres da minigaláxia Hirdobaan, surgiu na Via Láctea para vender seus produtos de estampas viciantes, os blues provaram serem imunes a eles. No ano 1220 NCG, uma frota de oito mil naves-discos dos blues sob o comando de Yenyik Zuetyl voou para Hirdobaan para resgatar os viciados. Eles trouxeram consigo os planos para um dispositivo que anulou os efeitos das estampas e permitiu que os 18 bilhões de viciados em estampas deixados na Via Láctea fossem curados.

A criação do Fórum Raglund

Em virtude do confronto entre o florescente Império de Cristal dos arcônidas e uma LTL nacionalista, no ano 1230 NCG, os demais povos galácticos formaram o Fórum Raglund, uma aliança política frouxa, à qual pertenciam muitos povos não descendentes de lemurenses, mas também os aconenses e os baalols.


Créditos: 
  • Capas da edição alemã: Copyright © VPM – Pabel Moewig Verlag KG, Alemanha.
  • Capa da edição brasileira: SSPG Editora – Star Sistemas e Projetos Gráficos Ltda., Brasil.

Fontes


  • PR163, PR166, PR167, PR191, PR192, PR200, PR512, PR519, PR654, PR725, PR737, PR760, PR865, PR866, PR882, PR928, PR937, PR963, PR975, PR984, PR985, PR1176, PR1725, PR1800.
  • Computer (edição impressa): PR725.
  • Desenho técnico (edição impressa): PR350.
  • Fanzine: Nathan nº 07 (PRFCB).
  • Enciclopédia: PR1807.
  • Seção Glossário da edição digital da SSPG: volumes especificados no campo Glossários Veiculados.
  • Internet: Informações extraídas em parte do site Perrypedia (www.perrypedia.proc.org). This article uses material from the Perrypedia article “Jülziish”, which is released under the GNU Free Documentation License 1.2. Informações extraídas em parte do site Perry Rhodan und Atlan Materiequelle (www.pr-materiequelle.de). Informações extraídas em parte do site Crest-Datei (www.crest-datei.de). Direitos das traduções: SSPG Editora, 2019.
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